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Escolher um Sensei de Reiki

A escolha de um Mestre de Reiki deve ser sempre muito ponderada e acertada. Não é fácil para o comum cidadão avaliar quem possui o treino e experiência competente necessária no ensino de reiki. Hoje em dia é cada vez mais fácil, rápido e barato conseguir um título de Mestre de Reiki. É uma característica do Reiki, funcionar em todos, independentemente da sua consciência. Entretanto, ser iniciado como Mestre de Reiki, não é uma garantia da compreensão do método e da aquisição da experiência didática necessária. Um certificado de mestre em Reiki não faz um Mestre de Reiki, o que o faz é a capacidade de curar e de ensinar. Um instrutor ou professor de Reiki é chamado no ocidente, e no Japão de Sensei. O termo não tem conotação de uma pessoa iluminada, livre do Karma, de alguém que tem “poder sobre os demais”, que seja melhor que os alunos, nem de hierarquia superior.

Nós os designados Mestres, somos apenas simples instrutores. Entretanto, à medida que a oferta de cursos de reiki cresce abruptamente, é normal que se sinta em dúvida e até mesmo receoso com a sua escolha. Nas atividades ligadas ao Reiki, tal como nas outras, encontra-se todo tipo de profissionais. Existem Mestres que causam boa impressão, mas que não foram iniciados corretamente pelos seus Mestres, o curso mesmo sendo bom, acaba por não alcançar os resultados provenientes do processo de sintonização e o iniciado acaba por se afastar da técnica por não encontrar os resultados desejados. 

A escolha de um Mestre pode acontecer por intermédio de algum amigo que tenha tido sessões de Reiki ou já tenha sido iniciado no Reiki. De qualquer modo, se tomamos a decisão de investir tempo e dinheiro num curso ministrado por um Mestre profissional de Reiki, é de toda a conveniência ponderar algum do nosso tempo procurando alguém que nos sirva. Procuramos alguém que, por assim dizer, esteja no mesmo comprimento de onda energética que a nossa. O Mestre de Reiki deverá fundamentalmente ser alguém com quem possamos facilmente dialogar e que nos possa ajudar a progredir neste novo caminho. Muitas vezes a recomendação de alguém é a melhor forma de encontramos um bom Mestre de Reiki, mas podemos também entrar em contacto com organizações de profissionais de Reiki.

 

Analise das credenciais

Como as técnicas básicas do Reiki são fáceis de aprender e acessíveis a todos, é importante que nos certifiquemos se o Mestre tem experiência suficiente. Os Mestres profissionais de Reiki devem pelo menos ter completado o grau III de Mestre, há mais de um ano. Há quem goste primeiro de perguntar de que linhagem  o Mestre é, ou seja, através de quem veio obter os seus conhecimentos. É também conveniente saber desde há quanto tempo é que o Mestre tem vindo a explorar o Reiki, e a progredir nos seus conhecimentos ao longo dos diferentes graus. Há quem complete os três graus num curso de fim-de-semana, algo muito errado, pois a maior parte dos Mestres são da opinião que um tal curso não lhes terá dado a compreensão e o desenvolvimento espiritual requeridos.

 

O que procurar num mestre?

Um bom Mestre de Reiki terá muitas das qualidades que procura. Deve ser uma pessoa simpática e aberta, mas acima de tudo também profissional, respeitando sempre a confidencialidade que o seu trabalho envolve. Procura e precisa de alguém que seja sensível às suas necessidades e que esteja disposto a responder a todas as dúvidas que possa ter sobre o Reiki. O mais importante é que se sinta confortável ao falar sobre os aspetos da sua vida e que saiba que o seu Mestre tenha experiência e conhecimentos suficientes para o ajudar. Tente falar com o seu Mestre de Reiki antes de ir à primeira sessão ou curso. A maioria dos Mestres profissionais estarão disponíveis para falar consigo ao telefone ou mesmo para se encontrar consigo antes do tratamento ou curso, o que é excelente para perceber se, realmente se sente à vontade, se o espaço e Mestre correspondem ao que procura. É também uma boa oportunidade para saber quais os honorários a pagar pelo tratamento ou curso de reiki.

 

A escolha da escola de Reiki

Embora possa ser iniciado no Reiki em qualquer espaço é muito provável que um Mestre profissional tenha um local, de preferência uma escola de Reiki ou um Centro de Terapias que disponha de condições adequadas à prática e desenvolvimento do Reiki. Devemos salientar mais uma vez que não existe legislação que defina o Reiki, e por isso ser considerado uma escola de Reiki, é só no sentido de expor um local, onde se ensina e pratica o Reiki. Apesar da denominação o espaço é sempre um local de ensino e orientação para o Reiki e o seu desenvolvimento. Como toda a aprendizagem leva o seu tempo, será sempre aconselhável escolher um local onde à partida lhe possa garantir não só o espaço para ser iniciado, mas também a necessidade de participar em partilhas de Reiki entre alunos e Mestres. A aprendizagem é constante e nos cursos apenas são ensinadas as bases dessa aprendizagem, depois há que praticar no dia-a-dia, nos relacionamentos, nos comportamentos que temos para com os outros, nas ações que praticamos e até nos pensamentos que temos.

No entanto há que perceber que o Reiki é um caminho, é uma escolha e como tal deve ser aprendido como algo que nos vai ajudar a crescer, algo que vai permitir conhecer ferramentas de autoajuda, e para isso precisamos de um Mestre de Reiki. Muitas vezes nos fizeram perguntas sobre o que é melhor ou pior em termos de aprendizagem no Reiki e nunca nos pronunciamos muito acerca desse facto, pois sempre nos foi ensinado que quando o aluno está pronto, o mestre aparece e não julgues e nem critiques. No entanto, chegamos a um patamar da nossa vida que já não conseguimos pactuar com certo tipo de imprudência, pois se não falarmos das coisas parece que estamos a pactuar com elas.

É preciso abrir os olhos e não embarcar em tudo o que nos dizem, há que pensar pela nossa cabeça. Muitas vezes fazemos coisas porque os outros nos dizem para as fazer, ou porque outros também o fazem e, se eles não fizerem não se vão sentir enquadrados num grupo ou numa sociedade. Para aprender Reiki todos têm de escolher a pessoa que os vai ensinar e claro que não é uma tarefa fácil, devido à alargada oferta com que se deparam. Cada vez mais surgem pessoas que têm amigos que podem ensinar. Não critico nem julgo, cada um tem de seguir o seu caminho e traçar as suas linhas de conduta, no entanto, o que pretendo é que as pessoas sejam mais esclarecidas, deixem de ser tão ingénuas e façam elas próprias um levantamento sobre as pessoas com as quais vão aprender. 

Depois da escolha da escola temos que perceber que o Reiki é realmente o caminho do coração, mas esse caminho por vezes também tem obstáculos, nem tudo são rosas como muitos parecem querer passar, mas esses obstáculos fazem parte do crescimento e desenvolvimento pessoal de cada um.

 

Um mestre de Reiki deve ser para uma vida inteira?

Para alguns este é um tema controverso, mas para nos é um dos fatores mais importantes no Reiki. Não devemos esquecer que um mestre de Reiki é um guardador da tradição de Reiki, e por isso acarreta muitas mais obrigações que os demais. Alguns mestres de reiki dizem que pelo facto do iniciado ter realizado um nível com um determinado Mestre, não cria a obrigatoriedade de realizar os restantes níveis com o mesmo. Sem dúvida que isso envolve a liberdade de escolha de cada aluno, mas, aqui levanto a seguinte questão. Se assim fosse então teríamos alunos a mudarem de mestres de Reiki para outros mestres, e quem sabe a mudar de linhagem a meio dos vários níveis de Reiki, pois achavam que assim estaria bem. Pois de facto entra na liberdade de escolha do aluno, mas não esquecendo que a liberdade de escolha é para todos e, assim também para o Mestre. Cabe-nos a nós Mestres alertar para o rigor, eficácia e alguma disciplina no ensino do Reiki.

É por este motivo que muitos espaços de reiki, optam hoje em dia por não aceitarem alunos de outras escolas, ou obriga-los a passarem por novas sintonizações de reiki de forma a garantirem uma continuação de ensinamentos dentro de uma só linhagem. Se não for assim, esses alunos hoje estão aqui e amanha estarão sabe Deus onde. Na tradição japonesa do Reiki que conhecemos até hoje, nunca um aluno mudava de mestre, por pensar que podia fazer o que lhe ia no coração ou por não sentir a mesma energia que o Mestre. Por isso é que aconselhamos a ponderar seriamente na escolha do local e do mestre de reiki, antes de dar início ao curso. Essas mudanças só têm a sua validade quando alguns Mestres que foram iniciados corretamente, mas que, por algum tipo de necessidade rompem, até determinado ponto, com a ética fazendo modificações substanciais com os processos de iniciação, desconfigurando o ensino a tal ponto, que no meu entendimento, não podemos continuar a chamá-lo de Reiki. 

Existem outros ditos Mestres que em geral, são pessoas que conhecem bastante bem o Reiki, usam bons argumentos e conseguem, às vezes, algum efeito ao realizar as iniciações, apesar de incorretas e inventadas. Nesse caso o resultado é o mesmo, o aluno não consegue atingir o efeito desejado. Em todos esses casos, sim podem fazer essa mudança, mas somente em situações desse género. Considero muito imprudente por parte de alguns mestres de reiki, incentivarem os seus alunos a seguirem o que a sua intuição manda. E se a sua intuição mandar atirar-se a um poço, vocês o fazem? Há necessidade de esclarecer o que é mais correto e não passar a responsabilidade para a intuição.

Considero importante que os Mestres de Reiki façam o seu ensino dentro de um ritual de iniciação detalhado e testado pelo tempo, é absolutamente necessário no Ocidente, onde o nível de professores de Reiki está à disposição de qualquer pessoa que possa pagar. Uma iniciação não ocorre por si, por meio de um livro ou de um vídeo. Ela deve ser sempre feita por um catalisador, neste caso, um professor. Todos os mestres têm a obrigação de orientar os alunos nestas questões de uma forma sábia e não lhes incutir uma total liberdade de ações sem pensarem nas consequências. Se não assim for, esses mestres então são Mestres do caos e da desordem, e não da tradição do Reiki. 

 

 

Quem pode aplicar o Reiki?

Numa fase inicial qualquer pessoa possui a capacidade de aplicar o Reiki ao próximo. O ritual de iniciação ou de sintonização que corresponde ao grau I, desperta e amplia essa força energética vital. Possibilita que ela flua em maior quantidade pelo corpo do aluno. Os rituais de iniciação no Reiki servem para sintonizar as energias do estudante e permitirem-lhe o acesso a um fluxo contínuo de energia. O Mestre submete cada estudante individualmente a este ritual, usando os símbolos e mantras, ou chamadas vibrações sonoras que representam os símbolos. Essa iniciação é feita pela imposição das mãos em forma de concha, visualizando símbolos secretos entrando no corpo da pessoa. O estudante está habitualmente sentado numa cadeira, com os olhos fechados enquanto o Mestre o inicia em silêncio. A iniciação de Reiki dá-se através da transmissão e colocação de símbolos, na pessoa a ser iniciada.

Agora no meu ponto de vista, é parte fundamental do curso de Reiki são as aulas de apoio e de acompanhamento que devem ser obrigatoriamente feitas após o curso. Essas aulas pretendem a autoconsciencialização e a partilha de experiências em grupo, o que ajuda aos estudantes além de aprenderem a partilhar a energia vital, também a descontraírem e a sentirem-se confortáveis. Aprende-se a fazer uma autocura a todo o corpo, a si próprio e a outros, e tem a oportunidade de praticar o toque e as posições corretas das mãos. O Mestre de Reiki explicará as regras referentes à cura, e à aplicação do Reiki, e ajuda os estudantes a explorar as responsabilidades inerentes à cura.

O verdadeiro mestre de Reiki, não é nenhum ser iluminado, é uma pessoa que iniciou no Reiki, aprendeu e evoluiu, e decidiu ensinar e orientar outras pessoas com o que aprendeu, e continua a aprender com o que ensina aos seus alunos. Um mestre de Reiki, mesmo não sendo um iluminado, é um elemento muito importante no ensino do Reiki, pois, é ele quem sabe direcionar corretamente as energias do Reiki para o corpo dos estudantes. Essas aulas são fundamentais para uma boa compreensão do seu funcionamento. O Reiki é a cura, a luz, o que é puro, e não pode ser alterado na sua essência. Visto assim, o Reiki pode ser aplicado por todos, desde que sejam orientados, ensinados corretamente pelos seus mestres e durante um período adequado para a absorção de todo o conhecimento e prática da aplicação de energias a outros. Só aí é que o aluno passa a poder aplicar aos outros de uma forma consciente. De outra forma não é possível.

 

Iniciação no Reiki

Este assunto que vou falar hoje, tem a ver com o que se deve passar corretamente numa iniciação de Reiki. Todos os praticantes de Reiki já passaram por uma ou mais iniciações de Reiki, e testemunharam os efeitos benéficos da energia recolhida. Houve nos dias seguintes ajustes, mudanças significativas na forma de pensar e agir, uma melhoria no físico e um bem-estar geral. Também é verdade que houve sintomas de irritabilidade, nervosismo ou sono noutros casos. Tudo faz parte de uma sintonização do corpo de quem recebe a energia universal.

Agora, o mais importante para que essa sintonização aconteça de uma forma natural, é sempre preciso fazer a iniciação de uma maneira correta e adaptada a cada pessoa. Ou seja, deve respeitar o tempo necessário para que a iniciação faça o devido efeito, pelo menos 21 dias. No entanto, tenho visto cada vez mais mestres, para mim, mestres do caos e desordem, a fazer iniciações num fim de semana, de módulo 1 e 2, sem darem o tempo necessário ao ajuste energético. Assim criam no aluno iniciado, confusão e tensão energéticas que por norma o praticante não consegue lidar ou compreender. Estão a criar o caos energético no aluno.


No fundo, gostava de perguntar onde eles foram procurar essa orientação para fazerem as iniciações do Reiki dessa forma? Será que foram assim iniciados também? Acredito que não, mas agora que passam a serem mestres de Reiki, fazem a sua maneira. Realmente são sementes da desordem neste universo tão perfeito em termos energéticos. Mas o que sei, é que vão receber de volta, muitas vezes multiplicado por dois ou três o que estão a fazer aos outros, e o que mais me descansa é que não conseguem escapar. São os equilíbrios energéticos deste universo. Só fico sentado à espera de ouvir notícias. Agora o que sei hoje, e deixo como aviso final, façam as iniciações corretamente, apliquem essa magnifica energia de uma forma correta para cada iniciado, e expliquem claramente ao praticante, que entenda a responsabilidade de a manter diariamente, pois, só assim é que pode sentir e vivenciar a magia do Reiki.

 

Reiki como terapia preventiva

Observo com atenção o desnorte de algumas personagens da ciência relativamente ao Reiki e as terapias complementares. Obviamente, terei de dar algum mérito as críticas proferidas por alguns elementos da sociedade, referente a cura do Reiki. Todos os praticantes de Reiki, ainda temos um longo caminho consciente a percorrer, mas, já temos a atenção da indústria farmacêutica e da ciência em geral. Apesar dos holofotes, ainda não apontam na direção certa, a verdade, é que despertou em muitas pessoas da ciência a necessidade de aprofundar os seus estudos referentes a esta técnica.

Para quem deseje criticar e ofender com as suas “verdades pessoais” o que faço, e aconselho aos praticantes de Reiki, é ignorar e não dar importância as essas críticas sem fundamento, sem experienciar ou passar por uma sessão de Reiki, ou formação. O seu ego é tão grande, e o que fazem é dizer serem pessoas da ciência e tudo o que não enquadra na ciência, é bruxaria e do paganismo. Onde já ouvimos esse discurso inflamado, contra tudo e contra todos. Para recordar foi na época da inquisição e da perseguição das “bruxas” e “bruxos”. Uma época negra da humanidade, onde perdurou a ignorância e a intolerância contra tudo o que era diferente.

Agora, o que gostava de apresentar é os factos, da técnica do Reiki nas pessoas. O que se sabe hoje, é que uma investigação a cargo de três cientistas, liderada por Ron Milo do Weizmann Institute of Science, publicou um estudo que indica que o corpo humano tem 30 biliões de células e contém cerca de 40 biliões de bactérias, a maioria das quais reside no sistema digestivo. O corpo humano é pluricelular (várias células). É constituído de células que trabalham de maneira integrada, donde cada uma possui uma função específica, a saber: nutrição, proteção, produção de energia e reprodução. O corpo humano é constituído por diversas categorias de células, são cerca de 130 tipos que se distinguem mediante as suas formas e funções específicas.

Assim sendo o corpo humano é feito de energia através das células, que movimentam, criam e tem funções diversas. Se as células são energias, e estão sujeitas a alterações físicas, emocionais e químicas, então, podemos afirmar com certeza que na imposição das mãos por uma terapeuta de Reiki, ou qualquer outra técnica holística pode alterar a energia do corpo?

Se o Reiki se baseia unicamente numa transmissão de energias pela mão e pelo toque, assim é possível alterar e aumentar a energia no corpo humano, correto? Dessa forma pode o terapeuta através da energia projetada para o corpo, as células agirem de uma determinada forma, produzindo energias entre elas, criando então fatores benefícios para a melhoria da saúde, o aumento das nossas defesas imunológicas, uma melhoria no bem-estar geral, e muitos outros benefícios. Não será lógico em termos racionais, pensar desta forma? Já existem estudos recentes que comprovem isso de uma forma clara.

Por isso, antes de falarem sobre o Reiki que é uma “uma fraude” ou “um placebo”, peço à sociedade que pense nas muitas vantagens em ter uma terapia de prevenção como o Reiki, que ajuda o corpo a restabelecer de uma forma natural, antes que a doença apareça no corpo. Sim, para mim o Reiki é uma terapia de prevenção da saúde, como muitas vantagens, que se enquadra perfeitamente na ciência moderna. Agora é o momento de refletir com calma e aprofundar os estudos sobre esta magnífica terapia de toque. Um bem aja.

 

5 Princípios do Reiki

Numa determinada altura, já todos ouvimos falar das cinco frases que Usui mencionava nos seus ensinamentos budistas, e as colocou, na prática do Reiki. Os chamados princípios do Reiki, “Gokai Sansho” em japonês, constituem um pequeno conjunto de ensinamentos passados por Mikao Usui. Esses ensinamentos constituem os cinco princípios do Reiki, e servem como linha condutora para vida com a intenção de melhorar significativamente a forma como cada um relaciona consigo próprio, com a sociedade em geral, e com o meio ambiente. Estes princípios particularmente são indicados aos praticantes de Reiki, podendo dizer-se que constitui uma tarefa para toda a vida, uma vez que dificilmente alguém a conseguirá concretizar muito rapidamente. 

A razão disso é que Usui observou que algumas pessoas após terem ficado curadas das suas doenças físicas com os tratamentos do Reiki, apareceram tempos depois com outros problemas de saúde. Desta forma, percebeu que para que a cura física seja efetiva, a cura mental e espiritual é necessária. Os antigos praticantes de Reiki recitavam o Gokai pela manhã e à noite com os poemas do Imperador Meiji, prática esta que diferenciava os “Reikianos” dos praticantes de outras modalidades de cura.

A Gokai recitada em japonês é extremamente importante, na prática, diária do Reiki, pois, é um kotodama (Koto: palavra e Dama: Espírito) que promovem a saúde mental e em consequência, a saúde física. Eles refletem, primeira toda a ancestral sabedoria oriental, baseada numa filosofia e numa tradição muito sólida, da qual fazem parte, normas xintoístas, budistas e taoistas e que exprimem a importância que tais povos desde sempre têm dado ao equilíbrio a parceria mente, espírito e matéria.

No início do curso de Reiki, desvalorizam-se bastante estes princípios, mas os cinco princípios provocam e estimulam a uma maior reflexão. São como enigmas espirituais que desde séculos são utilizados por Mestres Zen para ajudar os seus alunos a demarcar os limites da razão que sempre querem regular tudo com exatidão, e que na realidade tem muito pouca ideia sobre a vida. Os cinco princípios do Sistema Usui de Reiki (Usui Reiki Ryoho), não devem ser entendidos como um rígido mecanismo de regras. É um alerta de forma a questionar de maneira profunda, a nossa própria conduta e a abandonar os costumes antigos e sem sentido. O Sensei Usui acreditava que uma atitude mental positiva era um dos fatores cruciais na autocura, e que a capacidade da pessoa libertar a si mesma de preocupações, era o primeiro passo para suavizar a mente. Surgiram os cinco princípios básicos do Reiki, que agora iremos falar. Kyo dake wa que significa “Só por hoje”.



“Kansha shite” traduzido a letra significa “sou grato”.

Só por hoje, eu agradeço pelas minhas várias bênçãos.


Será que agradece diariamente tudo aquilo que recebe? Será que agradece também aquilo que ao nosso pensamento não é bom? Mas de facto são as coisas menos boas que fazem crescer e evoluir na vida, porque as coisas boas são óbvias e rapidamente as esquecemos. A pessoa que tudo reclama está em desarmonia com a vida. Agradecer a dádiva da vida, a família e o trabalho será sempre fundamental, aceitar que muitas vezes já têm o que precisa para viver e para ser feliz. Não têm que reclamar pelo que não têm, mas sim agradecer por tudo o que têm recebido. A gratidão significa uma forma de reconhecimento das bênçãos divinas que obtém através de tudo o que recebe, independente do seu tamanho. Infelizmente, o ser humano só dá valor às coisas que tem depois de as perder. Simplesmente, sê grato por tudo o que a vida lhe dá. Praticar a gratidão significa ligar com a rede da vida e sustentar por ela, assim consegue a confiança. Agradeça a luz que ilumina o caminho, não obstante, deve agradecer também a escuridão que faz ver a luz. Agradeça a felicidade, pois, ela engrandece o nosso ser, não obstante, agradeça também a tristeza, pois, ela abre a alma. Agradeça os prémios, pois, são a recompensa, não esquecendo, porém, de agradecer também os obstáculos, pois, eles são o desafio e a evolução.

Através da consciência e do conhecimento das energias divinas que cresce com a gratidão praticada na vida, desaparece o sentimento de estar só, e abandonado, vendo a vida como inimiga. A gratidão faz ter êxito em tudo. Com frequência ignoramos a força das energias criadoras porque ficamos presos de forma rígida à ideia de uma determinada forma de ver a felicidade. Este princípio ajuda a não cair num isolamento, e somente aquele que é consciente da união de todos, pode realmente perceber este princípio. Deve aceitar tudo o que recebe, e se aceitar de coração, mais tarde compreende que sempre vem o certo e no momento oportuno. Este princípio diz que o agradecimento daquilo que recebe faz parte de um crescimento mental e espiritual, que ajuda a aceitar de uma forma mais tranquila, as dádivas e as provas da vida. Desta forma irá adquirir uma postura mais positiva na vida perante as dificuldades diárias, pois, irá compreender que essas mesmas dificuldades, fazem parte de uma aprendizagem e crescimento que deve ter sobre a vida.



“Gyo-o hage me” traduzido significa “trabalho arduamente”.

Só por hoje, eu trabalharei honestamente.


Trabalhar honestamente não significa somente ser honesto com o patrão, com o cliente, etc.. Trabalhar honestamente também significa fazer aquilo que se gosta. Se não faz aquilo que gosta, assim o seu trabalho não fluí, não progride, até que acabe por ser um simples meio de sustento. Este conceito lembra a necessidade urgente de ser honesto connosco mesmo, antes de tudo. Qualidade esta, tão esquecida pela humanidade e que provocou um distanciamento enorme, daquilo a que a alma se propõe fazer na vida, e que só pode ser lembrado quando olha com carinho e atenção para tudo o que o coração pede. Desta forma, passa a realizar o nosso propósito na Terra. Esta frase pode ser traduzida também como “trabalha muito” ou “faz os teus deveres”. Para poder ser capaz de entender está frase corretamente, será de grande ajuda conhecer a cultura e o pensamento da sociedade Japonesa. Deve saber que a sociedade Japonesa está estruturada num sistema hierárquico complexo, e na hierarquia os empregos são distribuídos de acordo com o estatuto social do indivíduo. A sociedade asiática é coletiva, mais do que individual, e para que o grupo sobreviva, o indivíduo deve sacrificar-se, sem hesitar. De uma forma geral na sociedade japonesa, a pessoa faz o seu trabalho e o seu dever sem reclamar disso. É um conceito enraizado nessa cultura, em que o indivíduo tem o dever moral de ser honesto naquilo que faz.

Do ponto de vista real, uma missão espiritual só se poderá solidificar de facto a partir de um trabalho árduo sobre si mesmo, ajuda a superar resistências e a conhecer as nossas próprias forças. Este trabalho não é nenhum serviço imposto por ninguém, pois, é necessário senão de outro modo, os velhos e já aceites padrões de comportamento de medo, ódio, separação, engano e irresponsabilidade, tomam novamente o controlo sobre o rumo das vidas e destroem todo o sucesso curativo que alcançamos com esforço baseado na atenção, e na ação plena de entrega e de sentido no trabalho. Fazer as suas obrigações, significa realizar um esforço sério para percorrer o caminho até ao crescimento interior, somente com a persistência que se pode resolver e harmonizar de uma forma duradoura, os bloqueios que impedem as pessoas de se ligarem com o universo. A espiritualidade somente tem sentido quando é praticada na vida quotidiana, de forma a enriquecer o bem-estar de todos. Se não compromete seriamente com o seu trabalho, se não trabalha corretamente no dia a dia, então corre o risco de não poder encontrar-se durante a jornada, nem caminhar o próprio caminho. Seguindo este princípio, pode soltar as rédeas do talento inapto e desenvolver os pontos fortes para que todos tirem proveito.



“Okaru-na” traduzido para português significa “sou calmo”.

Só por hoje, eu não me aborreço.


O aborrecimento traz consigo um grande desgaste energético. Mais tarde ou mais cedo acaba por aborrecer os outros. Aqui, a meditação diária sobre esta frase, leva a trabalhar as mágoas, os ressentimentos, as raivas e fúrias que se alojam e que trazem tanto mal-estar físico e espiritual. Abalámo-nos por tão pouco, quando estamos entregues aos desafios do ego e às disputas que ele nos impõe. Através deste conceito libertar-te da desconfiança e do medo e deve amar incondicionalmente. Absorva esta frase como o lema do dia a dia, e seja mais compreensivo e tolerante com o próximo. As emoções do coração saem do corpo como energias coloridas e alegres, a raiva como nuvens negras que atingem tudo, contaminando tudo o que nos rodeia, pois, zangados e intolerantes sentindo rancor e raiva, podemos ter a certeza de que o maior prejudicado será a própria pessoa. Este princípio incita a libertar os sentimentos de raiva, rancor e de conflitos e é para muitos o mais difícil dos cinco princípios. Quase todos reconhecemos que o sentimento de raiva é negativo, que destrói e deixa exaustos, além de ser um sintoma de falta de autocontrolo. Assim sendo faz sentido aprender a controlar essa raiva e a negociar soluções sensatas para os conflitos. Um sentimento de raiva perante as injustiças do mundo pode parecer aceitável, mais uma vez que temos presente que, no fundo, pouco altera as injustiças. Seria mais útil tentar emendar o que está mal através de uma ação e de um diálogo construtivo. Os princípios do Reiki incentivam a viver um dia de cada vez, algo que deve ter em mente. Uma das melhores ajudas que pode prestar a si mesmo é recusar dar passagens a sentimentos de raiva e cólera. Se o tentar hoje e amanhã e depois, é mais plausível que a vida passe a reger-se por ações positivas, pelo diálogo, pelo compromisso e pela negociação. A raiva só serve para limitar a perceção, a compreensão e o desenvolvimento. O caminho é longo, mas vale o esforço para crescer na luz. Seja consciente dessas interações, pois, a raiva contagia. Lembre-se que nenhum homem é nosso amigo ou inimigo, são todos os nossos mestres da vida e deve respeitá-los com humildade.

Isto não quer dizer que nunca mais se zangue. Às vezes, a zanga é a única reação apropriada no momento. Pode ser boa para nós e pode realmente ser boa para a pessoa a quem a zanga é direcionada. Às vezes, a outra pessoa precisa de ser abanado para sair da sua inconsciência. Às vezes, é bom para ver que ainda somos tão humanos e nervosos como sempre o fomos. Assim não faz um mau julgamento do nosso estado de espírito, mesmo que isso possa doer. Este princípio ocupa-se do poder da agressão, quer dizer, a energia vital que também se encontra no chakra raiz.



"Hito ni shinsetsu ni” significa “sou bondoso”.

Só por hoje, eu serei bondoso para com o meu próximo, e para com todos os seres vivos.


Isto não significa só ajudar o idoso a atravessar a rua, ser simpático com os vizinhos, etc. O quarto princípio consiste em aprender a honrar os pais, os mais velhos, os professores e Mestres. Os nossos pais deram a vida, pelo que sem eles não estaria neste mundo, físico, mental ou emocionalmente. O quarto princípio incentiva a aprender com os pais e com os mais idosos, em geral, respeitando a sua sabedoria. Com eles pode aprender não só a desenvolver as qualidades que apreciamos e respeitamos, como também a modificar as características que realmente não gostamos. Em relação aos seres vivos este princípio consiste em respeitar a natureza, na qual se inclui todos os seres. Todos temos que consciencializar que somos uma energia coletiva de uma única fonte, e quando desrespeitamos o semelhante, a natureza, os outros seres e o planeta, estamos a desrespeitar e a causar danos a nós próprios e quebramos a harmonia natural instaurada pelas forças criativas do universo, com certeza, ira pagar por isso, mais cedo ou mais tarde.


Nesta abordagem não deve matar qualquer ser vivo, com a exceção na perspetiva da alimentação. Mesmo em relação ao mais minúsculo dos insetos, por exemplo, a mosca, em vez de a matar, deve afugentá-la abrindo uma janela ou porta. Este minúsculo, mas “chato” inseto têm a sua função neste universo e por este motivo deve ser respeitado. A bondade não passa somente pelas palavras, mas sim pelas ações. Aplicar este princípio na vida, neste mundo tão conturbado será muito difícil, mas não impossível. Ajudar o próximo, mesmo que esse possa ser aquele que não gostamos, é a ferramenta essencial para unir os opostos, e chama-se a isso Bondade ou Gratidão. Este princípio de vida leva a reconhecer e honrar o divino em todas as suas formas. Em última instância, estamos todos juntos, sentados no mesmo barco. O desafio de praticar a bondade humana é ser afetuosa com todos, é talvez o mais difícil de todos os desafios. Ser bondoso com todos pode significar um sorriso ou um abraço no momento adequado, uma palavra de alento ou uma ação realizada com a cabeça e o coração. Da mesma maneira, o amor pode ser também a consequência, a claridade e a força como alguém segura uma pessoa que quer correr às cegas para a ruína. A bondade está na espera e na paciência desse equilíbrio e que possa ser, uma autêntica decisão para prosseguir o seu caminho.



“Shinpai suna” traduzido do japonês para português significa “Confio”.

Só por hoje, eu não me preocupo.


Também a preocupação excessiva traz um grande desgaste energético, e se têm um problema não será pela preocupação que o resolve mais depressa, pelo contrário tanto preocupa-se que acaba por atrair essa energia. O quinto princípio lembra que deve deixar de preocupar-se em demasia, pois, as preocupações trazem consigo o medo e bloqueiam as emoções e a esperança. Ajuda mais pensar no que consegue realizar, do que naquilo que não é possível fazer. Se cada um libertar pelo menos de algumas das suas preocupações, vai notar que vai estar cada vez mais calmo. Pensando nesta frase vai aprender a romper os laços com os conceitos preestabelecidos de dor e angústia. Devagar damos o tempo certo para cada pessoa e para cada situação que temos que enfrentar na vida. Libertar a ansiedade e respirar em paz. Com respeito as preocupações, deve proceder de maneira semelhante ao que foi dito em relação à raiva. Quando está preocupado ou ansioso, o corpo produz um aumento de adrenalina, energia necessária a todos os atos da vida. No entanto, o atual modo de vida faz sentir necessidade de utilizar essa energia, que acaba por fazer mal ao corpo. As consequências a curto e longo prazo das preocupações e a ansiedade passam por falta de ar, dores de cabeça e nas costas, “stress” crónico, fadiga, problemas digestivos e artérias bloqueadas.

Por isso veja a quantidade de problemas que pode evitar só por não se preocupar ou estar ansioso. Será que também se preocupar todos os dias com um determinado problema, o vai conseguir resolver mais depressa? Claro que não, pois, muitas soluções finais dos problemas nem sempre passam por si ou dependem da nossa intervenção, então, porque é que preocupamos? Um pai, por exemplo, que fica acordado até as quatro horas da madrugada a pensar que a filha que saiu para se divertir possa ser assaltada ou sofrer um acidente. O facto é que na maioria das vezes nada ocorre e ele sofreu desnecessariamente. Por outro lado, se alguma das situações citadas viesse a acontecer, ocorreria a duplicação do sofrimento por parte do pai. Ele sofreria antes, pela preocupação, e depois, com o ocorrido.

As preocupações põem em evidência que, em geral, uma parte do subconsciente acredita perder o controlo sobre coisas essenciais necessárias à sobrevivência, ou para a conservação de recursos importantes. Em outras palavras, o subconsciente crê que algo muito perigoso, doloroso ou de algum modo incómodo acontecerá e, não sabe o que fazer. Pode resolver este problema se souber exatamente o que é que teme. Então está na hora de aprender que, se não preocupar em demasia, ajuda-o a libertar dos problemas físicos, emocionais e mentais e fará pleno uso das suas energias para outros objetivos mais importantes, ou simplesmente para aperceber que, a solução não esta nas suas mãos. As preocupações estão sempre atreladas a um certo tipo de problema, sofrimento ou de alguma situação sobre a qual não têm controlo. Logo, quando uma pessoa se preocupa, ela está a fazer nada mais do que sofrer por antecipação. Porém, o acontecimento negativo, pode nunca chegar a acontecer. E se não acontece, a pessoa preocupou-se em vão e sofreu desnecessariamente. O facto de preocupar não adiciona absolutamente nada à segurança, nem impede que o acontecimento negativo ocorra. Quando se preocupa esta a gastar energia criadora com o problema, dando-lhe ainda mais força.



Em conclusão

Os cinco princípios do Reiki não são mandamentos, mas sim, simples ajudas para uma mudança ética e positiva na sua vida. Se tivesse que catalogar o Reiki, de alguma forma diria que é uma filosofia. O Reiki é no fundo, uma forma de estar e de ser e, passa por mais do que a simples imposição de mãos. Reiki é, como o seu nome diz, energia universal, energia essa que pode ser aproveitada da melhor forma ou não, conscientemente ou não. Os princípios do Reiki, embora não tendo sido criados por Usui, eram recitados pelo mesmo no início de todas as reuniões porque ele acreditava que mudam a mente e o corpo. Muito se pode dizer acerca dos princípios do Reiki, mas só a prática pode elucidar acerca do seu conteúdo e valor.

 

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